Uma nova frente se abre na complexa guerra contra o extremismo.Na última quinta-feira, o presidente Donald Trump trouxe a público uma operação militar conduzida por forças especiais americanas em solo nigeriano. O alvo: militantes do grupo Estado Islâmico na região.
O anúncio, no entanto, não vem isolado. Ele é a face mais visível - e belicosa - de uma pressão diplomática que Washington vem exercendo há semanas. O cerne da discórdia é a postura do governo nigeriano frente a uma onda de violência sectária, particularmente contra comunidades cristãs, que tem alarmado observadores internacionais e grupos de direitos humanos.
Trump descreveu a operação como "poderosa e mortal", um reflexo da estratégia de "poder máximo" que ele frequentemente defende. A mensagem parece clara: diante da percepção de inação ou ineficiência local, os Estados Unidos estão dispostos a agir por conta própria para neutralizar ameaças terroristas, mesclando a guerra ao terror com a defesa da liberdade religiosa.
Este episódio levanta questões profundas sobre soberania, a eficácia de intervenções externas e os reais motivos por trás delas. É um capítulo a mais na relação conturbada entre potências globais e nações africanas, onde crises de segurança interna se tornam palco para atuação de players internacionais. O desdobramento desse cenário merece nossa atenção, pois vai muito além de um único ataque: fala sobre como o mundo decide (ou não) intervir em conflitos étnico-religiosos.
