Pulseiras electrónicas inauguram nova era penal em Moçambique

Moçambique iniciou a fase experimental de utilização de pulseiras electrónicas, num avanço considerado decisivo para modernizar o sistema penal, reduzir a sobrelotação das prisões e reforçar o controlo de indivíduos condenados fora dos estabelecimentos penitenciários.

O sistema carcerário alberga actualmente mais de 20 mil reclusos, ultrapassando em larga escala a capacidade instalada.

A medida integra um conjunto de reformas que procuram tornar o sistema penal mais funcional, eficiente e alinhado com práticas internacionais.

Cinco mil pulseiras marcam o início da fase piloto

Segundo Tuarique Abdala, Secretário Permanente do Ministério da Justiça, o Governo estudou modelos internacionais antes de avançar para a fase de implementação experimental.

“Moçambique estudou modelos de monitorização adoptados noutros países e está agora pronto para iniciar a implementação experimental das pulseiras electrónicas”, afirmou Tuarique Abdala.

Nesta etapa inicial, serão distribuídas cinco mil pulseiras, aplicadas de forma controlada e monitorada em estabelecimentos penitenciários seleccionados. Equipas técnicas estão no terreno a acompanhar a instalação e a testar a fiabilidade do sistema.

O princípio adoptado é progressivo: começar em pequena escala para reduzir falhas, ajustar procedimentos e garantir que o sistema responde às exigências operacionais antes da expansão nacional.

Monitorização em tempo real e alternativas seguras à prisão

As pulseiras electrónicas permitirão monitorizar, em tempo real, a localização dos indivíduos abrangidos pelo regime, reforçando o controlo penal e contribuindo para a segurança pública.

A sua introdução visa também descongestionar as prisões e criar alternativas mais humanas e eficientes para casos que não exigem encarceramento permanente.

O projecto é financiado pelo Orçamento do Estado e conta com apoio técnico das Nações Unidas.

A implementação das pulseiras insere-se num processo mais amplo de revisão da legislação penal, que inclui:

✓ descriminalização de delitos de menor gravidade;

✓ medidas alternativas à prisão;

reforço dos mecanismos de reinserção social.

Como referiu o Ministério da Justiça:

“A implementação das pulseiras electrónicas representa um avanço significativo na construção de um sistema penal mais moderno, humano e compatível com padrões internacionais.”

Uma nova etapa para confiança e eficiência penal

Com o arranque da fase piloto, Moçambique entra numa nova etapa do sistema penitenciário, combinando segurança pública, tecnologia de monitorização e alternativas à privação total da liberdade.

Caso os resultados sejam positivos, o programa será alargado a outros estabelecimentos penitenciários do país.

A expectativa é que esta inovação contribua para:

✓ reduzir a sobrelotação prisional;

✓ melhorar a gestão dos reclusos;

✓ reforçar a reinserção social;

✓ fortalecer a confiança dos cidadãos no sistema de justiça.



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